segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

do amor

Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependêcia e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor, chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado, mas é exatamente o oposto. Para mim, que o amor se manifesta, a virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construido, inventado e modificado, o amor está em movimento eterno, em velocidade infinita, o amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha respota? O amor é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com inicio, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo. O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espirito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crespúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo. O amor, eu não conheço, e é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.


o texto é do Paulinho Moska, recebi de uma pessoa que acha que eu devo mudar meus conceitos com relação ao amor e a relacionamentos. será que eu consigo?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

De desapaixonar-se

não é um processo fácil. Não é mesmo. Tanto que prática ou habilidade não lhe farão a menor diferença.

É devagar... é dolorido... mas acontece, acredite. Bem aos pouquinhos...

No momento, procura-se tantas coisas que nem os cadernos classificados de todos os jornais dessa cidade poderiam anunciar.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pessoas que fazem diferença...

.. podem fazê-la pro bem ou pro mal, por estarem ou não nas nossas vidas.

Tô aprendendo com o vargas Llosa que as pessoas pelas quais a gente fica idiota, só nos fazem esse efeito: sermos idiotas.

Bom mesmo são aquelas que não causam tanta intensidade, mas uma estabilidade contínua, sem excessos, sem rompantes de paixão ou ódio.


Um brinde à vida sem altos e baixos. No alarms and no surprises, please.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As estrias

Uma amiga disse que crescer dá estrias. Nunca esqueci disso e me ajudou, de certa forma, a lidar melhor com os sentimentos difusos que dar um passo à frente nos desperta. É tão difícil.

Eu, que aprendi a caminhar tantas vezes (várias cirurgias) e nunca me abalei muito com isso, lido deforma muito diferente quando me deparo com os passos maiores: aqueles que dependem menos da coordenação motora e mais da motoridade do coração. São 5 anos de análise sobre o mesmo tema: libertação. E, finalmente, chegou. Não totalmente, mas é o princípio do fim.

Tão dúbio quando as lágrimas que deixam o meu rosto mais frio é o sentimento de deixar o lar. Home is where I wanted to go, so I went home. Mais ou menos isso diz aquela música que eu lembrei aqui quando o meu avô me deixou e é a ela que eu recorro quando parte de mim também morre, para outra parte poder viver.

Eu pareço boa nessa coisa de me desprender. Sempre (aparentemente) fiz isso com muita facilidade. Quando fui viajar, e tive a "falsa" experiência de deixar a casa pela primeira vez, usei a música o que se lê abaixo.

Já vou, será
eu quero ver
o mundo eu sei
não é esse lá

por onde andar
eu começo por onde a estrada vai
e nao culpo a cidade, o pai

vou lá, andar
e o que eu vou ver
eu sei lá

não faz disso esse drama essa dor
é que a sorte é preciso tirar pra ter
perigo é eu me esconder em você
e quando eu vou voltar, quem vai saber

se alguem numa curva me convidar
eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou

Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou

Então eu fui... andei, descobri esse alguém e hoje talvez eu saiba menos sobre quem sou - o que é bom, acreditem. E já que andar é reconhecer, reconheci em mim tudo o que ficava escondido em você, em todos os vocês que fazem e fizeram parte dessa vida. Eu fui, andei um caminho só. Não fiz disso esse drama, essa dor, tirei a sorte e voltei. Voltei.

Contudo, assim - com esse plano perfeito de ida, auto-conhecimento e volta -, não é configurada a pior das estrias: deixar a pequena Fernanda, cheia de preconceitos, medos e manias ficar um pouco mais obscura e trazer à tona a Fernanda que eu sou hoje, que sabe muito menos sobre o mundo, a vida e as coisas e se diverte muito mais com isso.

Agora ta tocando no shuffle do meu iTunes "I'm considering a move to L.A". A música, que na verdade se chama "Move to L.A." e é do Art Brut, fala basicamente de como o autor sonha com uma vida cheia de diversão, sol e calor em LA, longe do "bloody english weather". Apesar de muita gente pensar que o apê na Independência é a minha LA, eu tenho enxergado mais como uma viagem à vida adulta que como uma forma de manter os hábitos não usados na adolescência. California dreaming on such a winter's day...

A sensação é delícia (NEVES, Felipe), mas há uma comoção. Eu, que sou a louca que não deixa ninguém entrar no seu quarto (a.k.a mundo; cabeça) estou aqui, descontando tudo, arrumando as malas, deixando coisas para trás (além de pedaços do coração), pronta para montar um novo quarto, um novo mundo, uma nova cabeça.

Vai ser uma vida boa, sem dúvidas. Mentira.
Corrigindo:
vai ser uma vida boa, cheia de dúvidas.

Que venham as marcas brancas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cansamos

do velho estado de imbecilidade transitória que nunca passa.


So fucking hard to think about anything else... when nothing else matters.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ando cansada de (des)amores. De ex querendo ser amigo. De conquistas desconquistadas. De (falsas) esperanças. De desejos passageiros. De erros; nunca acertos. De ser desinteressante. De seduções fulgazes. De tanta energia posta fora. De tanto carinho desperdiçado. De incompreensão. E da certeza da solidão.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Da vida simples

tudo vai igual... até que um dia...

shuuuuuuuuuuuuuuuu

um sorpo que nos leva para outra dimensão... e então

...

tudo igual...

até que um dia...

shuuuuuuuuu

outro sopro, mas esse não faz nada, pois nos tornamos mais resistentes a mudar de lugar.
até que um dia...

shuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu


um sopro... e voamos para outra dimensão...

e tudo volta a ser igual. e esse ciclo se completa tantas vezes, que nos tornamos mais e mais resistentes a mudanças, incapacitados de sentir os sopros à nossa volta.

Até que um dia....


shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

descobrimos como soprar sozinhos.



To assim... soprando.... pra ver se algo se mexe.